Prémio Camões para Germano Almeida

Ed Caliban
Revista Caliban issn_0000311
3 min readMay 21, 2018

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Germano Almeida é o escritor vencedor da 30 ª edição do Prémio Camões de 2018. O escritor é natural de Cabo Verde, tendo nascido na Ilha da Boavista em 1945. Formado em Direito em Lisboa, o escritor é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde.

Tendo-se estreado como contista no início da década de 80, Germano Almeida tornou-se conhecido pelo seu primeiro romance, O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva Araújo, o qual teve os seus direitos vendidos para vários países. O realizador Francisco Manso haveria de adaptar o seu romance para o cinema. A sua obra encontra-se publicada na Editora Caminho. O fiel defunto é o mais recente romance de Germano Almeida, cuja obra literária está traduzida em vários países, nomeadamente Itália, França, Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca.

O Prémio foi hoje anunciado no Hotel Tivoli, após a reunião final do júri, o qual foi composto por Maria João Reynaud, professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Portugal); Manuel Frias Martins, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Portugal); Leyla Perrone-Moisés, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (Brasil); José Luís Jobim, professor da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Brasil); pelos PALOP, Ana Paula Tavares, poeta e Professora de Literaturas Africanas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Angola); José Luís Tavares, poeta (Cabo Verde). O Prémio Camões tem um valor de 100 mil euros e é a mais importante consagração literária da língua portuguesa.

Algumas horas antes do anúncio do prémio, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, assumia estar a torcer pela escolha de Germano Almeida, em declarações à Lusa, afirmando: “o nome cabo-verdiano mais próximo de se consagrar como Prémio Camões é Germano Almeida, pelo seu percurso e a sua obra”.

Até à data era o Brasil que contava com mais autores premiados: João Cabral de Melo Neto, em 1990, Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), António Cândido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012), Alberto da Costa e Silva (2014) e Raduan Nassar (2016).

Portugal foi o país que inaugurou o prémio com Miguel Torga (1989) e, posteriormente, houve mais onze autores portugueses a conquistar o mesmo prémio, como Vergílio Ferreira (1992), José Saramago (1995), Eduardo Lourenço (1996), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999), Eugénio de Andrade (2001), Maria Velho da Costa (2002), Agustina Bessa-Luís (2004), António Lobo Antunes (2007), Manuel António Pina (2011), Hélia Correia (2015) e, no ano passado, o poeta Manuel Alegre (2017).

Foi em 1991 que o júri escolheu o poeta moçambicano José Craveirinha. Também Pepetela foi o escolhido em 1997 e Luandino Vieira, outro escritor angolano escolhido, recusou-o, em 2006. Arménio Vieira foi também foi galardoado em 2009 e em 2013 coube a honra ao romancista Mia Couto.

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