MAPAS DO CONFINAMENTO

Ed Caliban
Revista Caliban issn_0000311
4 min readApr 10, 2021

--

mapasdoconfinamento.com

https://www.facebook.com/mapasdoconfinamento

https://twitter.com/mapas_clausura

https://www.instagram.com/mapasdoconfinamento/

Um projeto trilingue que une os falantes de português com o intuito de desenhar uma cartografia do confinamento através da arte e da cultura.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé, Timor Leste e Diásporas de expressão portuguesa — Bélgica, França, Países Baixos, Reino Unido — são estes os “Mapas do Confinamento” que quase cem artistas, escritora.es, fotógrafa.os, ilustradora.es, poetas, tradutora.es — de todas as origens e sotaques — estão a construir coletivamente em português (mas traduzidos para francês e inglês porque o mundo também é feito de outros idiomas) como forma de assinalar este momento marcante da nossa História.

Os Mapas do Confinamento contam com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris para a realização de mesas redondas com os autores do projeto, que serão transmitidas nas redes sociais, numa primeira fase, entre Abril e Julho de 2021.

A ORIGEM

Em Fevereiro de 2021, Gabriela Ruivo Trindade e Nuno Gomes Garcia, ambos escritores, portugueses e emigrantes, ela em Londres, ele em Paris, resolveram lançar um desafio a vários artistas:

“A ideia é assustadora, mas há já um ano que vivemos tempos estranhos e novos: uma pandemia a galope, confinamentos sucessivos, medos vários, agravação de situações de isolamento, de desigualdade e de pobreza. A saúde mental ressente-se, quando não é a outra a deitar-nos por terra.

Pensámos que seria bom trabalharmos em conjunto para marcarmos da melhor forma o aniversário desta nossa nova forma de vida. Encontrar um projeto artístico comum, nestes tempos difíceis, pode dar-nos um alento inesperado. Ver romancistas, poetas, ilustradores, tradutores, fotógrafos… das mais diversas origens — tendo a língua portuguesa como denominador comum — a contribuírem para um projeto que sirva de memória futura, que caracterize e descreva o momento (verdadeiramente) histórico que estamos a viver, é algo de enorme relevância. Desenharmos em conjunto os mapas do confinamento que cada um de nós experienciou, tanto física como emocionalmente, ou elaborarmos um manifesto de revolta contra as políticas desastrosas de (des)apoio à cultura que vemos grassar por esse mundo fora é, a nosso ver, absolutamente essencial.

Os livros, o teatro, os museus… deveriam ser considerados bens de primeira necessidade. Os profissionais da cultura encontram-se abandonados e entregues à sua sorte. Unirmo-nos numa empreitada comum poderá tornar-se também um ato de resistência.”

O projeto conta com os nomes de Afonso Cruz, Ana Luísa Amaral, Nuno Camarneiro, Ana Cristina Silva, Rui Zink, Richard Zimler (Portugal); Nara Vidal, João Anzanello Carrascoza, Ronaldo Cagiano, Marcela Dantés, Natalia Timerman (Brasil), Ondjaki, Lopito Feijóo, Kalaf Epalanga (Angola); Hirondina Joshua, Mélio Tinga (Moçambique); Emílio Tavares Lima (Guiné-Bissau); na tradução, Dominique Stoenesco, Clara Domingues (França), Harrie Lemmens (Holanda), Ana Carvalho (portuguesa residente na Holanda, tradutora e fotógrafa), Andy McDougall, Victor Meadowcroft (Reino Unido); na fotografia, para além de Ana Carvalho, Jordi Burch (natural de Catalunha); na ilustração, Rachel Caiano, Marta Madureira (Portugal), Yara Kono (natural do Brasil); entre muitos outros.

Gabriela Ruivo Trindade: Formada em Psicologia, vive em Londres desde 2004. Venceu o prémio LeYa com o seu primeiro romance, Uma Outra Voz, em 2013 (LeYa, 2014, Prémio PEN Primeira Obra 2015). Publicou o livro infantil A Vaca Leitora (D. Quixote, 2016) e o livro de poesia Aves Migratórias (On y va, 2019). Participou em várias antologias de poesia e conto. Dirige a livraria online Miúda Books, dedicada à literatura infantil de língua portuguesa. É mentora deste projeto, juntamente com Nuno Gomes Garcia.

Nuno Gomes Garcia: Nasceu em Matosinhos, estudou História e foi arqueólogo. Vive em Paris, onde é consultor editorial e divulgador da literatura lusófona na rádio e na imprensa escrita. Em 2014, foi finalista do Prémio LeYa. Publicou quatro romances: Zalatune (2021), O Homem Domesticado (2017) — cuja tradução será publicada em França em 2021 –, O Dia em Que o Sol Se Apagou (2015) e O Soldado Sabino (2012), obra traduzida e publicada em francês. É mentor deste projeto, juntamente com Gabriela Ruivo Trindade.

--

--